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"Aprende-se a escrever, lendo. E também é necessária uma grande humildade face ao material da escrita. É a mão que escreve. A nossa mão é mais inteligente do que nós. Não é o autor que tem de ser inteligente, é a obra. O autor não escreve tão bem quanto os livros."
António Lobo Antunes

Friday 28 August 2009

Bruno e Bruna

Preciso de ar. Não sei se falo de oxigénio ou de outro tipo de ar. Preciso da minha bomba. Estou com falta de ar, estou a sufocar sem ninguém me apertar o pescoço. Não posso deixar de te dizer o que me sufoca senão o fizer nunca deixarei de sufocar. Seja contigo ou sem ti preciso de entender qual vai ser o ponto final que vou colocar nesta história de encantos e desencantos, encontros e desencontros, em cada história tem de haver um desencontro…. Nós já tivemos o nosso. E se usar a palavra amo-te é cliché, então que seja usada com desejo, com amor, com verdade. Que não seja usada em vão á procura de um perdão. O capítulo que fechei está fechado, a fechadura já ganhou ferrugem, e já nem tenho a chave. Se calhar o ar que preciso é novo, um novo capitulo, um novo passo, uma nova aventura, uma nova descoberta, uma nova conquista. Quero ser tudo isto para ti. Se os céus um dia te tiram do meu lado, e me fizeram gritar e implorar para que voltasses. È este o meu momento? Aquilo com que sonhei? Ou será o lindo princípio do meu próximo pesadelo? Será mais um capítulo com amargura e tristeza na altura da decisão? Ou soltaremos olhares e roubaremos sorrisos um ao outro, lado a lado de mão dada? Porque (nós) íamos sempre passear ao jardim, fosse á beira-mar, fosse no Bonfim. Se aqueles bancos falassem contariam os nossos momentos, contariam as nossas histórias, soltariam os nossos sorrisos, e lá ficávamos, e foi lá que ficámos. Se as minhas conquistas fossem fáceis, não teria prazer nenhum em conquistá-las. Aos poucos e poucos, vamos voltar a aprender a andar, um passo de cada vez, lentamente, até ganharmos confiança em nós mesmos e começarmos a correr de um lado para o outro. Leva tempo, dá trabalho mas a esperança de que valha a pena, bate isso tudo.

Cliché eu sei.

Sunday 23 August 2009

Uma aventura...

Faço a mala á pressa, hoje o dia tem sido a correr, tento não me esquecer do essencial, escova de dentes, desodorizante, biquíni(óbvio!), toalha, protector... e esperança de que esta semana seja tudo aquilo que imagino! Tempo para mim, para sair daqui, voar para o meu planeta e ficar lá abrigada um tempinho. Tudo tem corrido como deve ser (acho eu), eu não resisto tu também não. Isso é bom, certo? Hoje sonhei que não queria dormir (irónico)? Só queria ficar ali, quinze minutos a dormir pareceram uma hora, o resto... Passou a correr.
Vou á busca de certezas, de segurança, na esperança de algum dia a ter verdadeiramente. Sinto-me mesmo a cansada, tenho dias que parece que não cabe mais nada na minha cabeça, que não entra nem mais um pensamento estou a chegar á lotação esgotada. Só quero desimpedir um bocadinho a minha cabeça, para se for preciso, conseguir fazer com que entre algo novo, uma lufada de ar fresco!



mp3 carregado, texto feito, caderno e caneta, cartas para jogar poker... tá tudo.


Tento deixar cá as saudades, mas nao sei. Pode ser que me, te, nos faça bem.


Até ao meu regresso (:

Friday 7 August 2009

2 anos.

Nao te percebo. Nao me percebo. Nao nos percebo. Recolho-me. Afasto-me. Afasto-te dos sonhos e dos pesadelos onde tentas entrar. Pedi tantas vezes que voltasses, que me amasses, que fosse eu a escolhida e não ela. Não, não confio. Não acredito que afinal sou eu a escolhida, tenho medo que um dia acordes e percebas que afinal a escolhida nao vou ser eu, outra vez. Porquê só agora? Agora que eu ja te tirei da minha vida, que me tinha desfeito de ti, que a minha reablitação estava completa. Só queria conseguir, ser maior que tudo isto. Por momentos sonhei, que seriamos só eu e tu, que seriamos a junçao mais perfeita existente neste mundo, mas depois acordei. E lembrei-me. Nós ja fomos a junçao mais perfeita, já nao somos. Eu tenho os meus fantasmas, e tu haverás de ter os teus. Serei a tua ex. Serei a unica que chorou sem cessar, cada vez que o coração se lembrava de sangrar mais um bocadinho. Tenho tudo guardado, a linha do comboio, o dia na piscina, tudo. Guardei tudo o que me fez a pessoa mais feliz durante aquele periodo de tempo e guardei-te a ti. E apoiei-te, fui sempre a tua bengala. Gostava de ter protegido mais, de te ter ajudado mais. Mas tu estavas tão longe. Longe de mim, longe dos meus planos. Não sou o teu dado adquirido. Eu dei-me tanto, eu dei-nos tanto. Que dói.
Preciso do meu escudo, da minha protecção, da minha carapaça. Mas já nem isso tenho.

Talvez um dia nos perceba.

De qualquer das formas, a colher está na minha mesinha de cabeçeira. E será a unica coisa que hei-de guardar.