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"Aprende-se a escrever, lendo. E também é necessária uma grande humildade face ao material da escrita. É a mão que escreve. A nossa mão é mais inteligente do que nós. Não é o autor que tem de ser inteligente, é a obra. O autor não escreve tão bem quanto os livros."
António Lobo Antunes

Friday, 7 August 2009

2 anos.

Nao te percebo. Nao me percebo. Nao nos percebo. Recolho-me. Afasto-me. Afasto-te dos sonhos e dos pesadelos onde tentas entrar. Pedi tantas vezes que voltasses, que me amasses, que fosse eu a escolhida e não ela. Não, não confio. Não acredito que afinal sou eu a escolhida, tenho medo que um dia acordes e percebas que afinal a escolhida nao vou ser eu, outra vez. Porquê só agora? Agora que eu ja te tirei da minha vida, que me tinha desfeito de ti, que a minha reablitação estava completa. Só queria conseguir, ser maior que tudo isto. Por momentos sonhei, que seriamos só eu e tu, que seriamos a junçao mais perfeita existente neste mundo, mas depois acordei. E lembrei-me. Nós ja fomos a junçao mais perfeita, já nao somos. Eu tenho os meus fantasmas, e tu haverás de ter os teus. Serei a tua ex. Serei a unica que chorou sem cessar, cada vez que o coração se lembrava de sangrar mais um bocadinho. Tenho tudo guardado, a linha do comboio, o dia na piscina, tudo. Guardei tudo o que me fez a pessoa mais feliz durante aquele periodo de tempo e guardei-te a ti. E apoiei-te, fui sempre a tua bengala. Gostava de ter protegido mais, de te ter ajudado mais. Mas tu estavas tão longe. Longe de mim, longe dos meus planos. Não sou o teu dado adquirido. Eu dei-me tanto, eu dei-nos tanto. Que dói.
Preciso do meu escudo, da minha protecção, da minha carapaça. Mas já nem isso tenho.

Talvez um dia nos perceba.

De qualquer das formas, a colher está na minha mesinha de cabeçeira. E será a unica coisa que hei-de guardar.

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