Deleito-me sobre os lençois onde ainda pesa o teu cheiro. Agarro-me aquilo que posso para que a tua partida nao seja penosa. Nao durmo, 05.02 marca o relógio e nem um bocejar de sono se encontra em mim. Esta cama, é um berço onde nasceram sonhos, fizeram-se planos, construiram-se listas e esboços de sonhos e devaneios. Nossos. O que neste berço se esconde fomos nós que criámos, que idealizámos com inocência e amor. Não existe nada mais puro.
A chuva que oiço a bater no varandine arrasta o vento que bate violentamente no estoro, parecem nao terem gostado da tua partida. Desde que partiste que nao param. Deixas rastos, vestigios para que me lembre de ti, marcas o teu espaço e tornas-o um pouco teu, tornando-o nosso. Não sou perfeita, e com tristeza digo isto, todas as almas querem ser perfeitas. A minha alma ainda nao cresceu, por isso ainda riu de banalidades futéis e sem sentido, mas que para mim teem um sabor diferente. Não sou aquilo que sonhaste, tornar-me-ei naquilo que idealizamos, que eu também idealizo. Eu nao pertenço aqui, esta gente nao me conheçe, os cafes e as risadas nao teem o verdadeiro gosto de quando me encontro em casa, entre os meus. Esta nao é a minha casa, a unica coisa que me vai custar largar é este berço onde repouso. Imagino as lágrimas que me cairão quando olhar para este berço pela ultima vez, quando o abandonar, pois lembrar-me-ei de tudo o que aqui vivi. Quero que leves contigo o que aqui te ensino pois será aqui que vamos aprender a crescer como um só. Que a chuva lave o que mau se passou.
Guarda o que daqui levas,
pois eu,
meu amor,
aqui te Guardo.
Monday, 22 February 2010
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment