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"Aprende-se a escrever, lendo. E também é necessária uma grande humildade face ao material da escrita. É a mão que escreve. A nossa mão é mais inteligente do que nós. Não é o autor que tem de ser inteligente, é a obra. O autor não escreve tão bem quanto os livros."
António Lobo Antunes

Tuesday, 22 September 2009

O singular, ficou na caixa.

Fomos um principio como um fim. Fomos uma caixa selada por memórias que jamais seriam revividas. Mas hoje somos um conto, uma história sem um final definido. Vivemos vidas diferentes, cada um seguiu o seu caminho sem olhar para trás, tinhamos consciência que não passariamos novamente a ser um plural. Mas tudo mudou, por qualquer razão voltamos a falar, uma hora, duas, três... E passamos por todas as fases, demos todos os passos, até chegarmos onde queriamos chegar. Abrimos a caixa selada e deixamos lá a nossa vida singular, agarramos no plural e cá estamos... o nós. Um nós com sorrisos que não se conseguem descrever com palavras, só sabe reconhecer quem os vive. Eu conheço-te, conheço o teu cheiro, o teu sabor, o teu ponto fraco e a tua maior fortaleza. Amo-te, dessa maneira. Nao preciso de mais nada, nao quero mais nada, só queria dizer-te bom dia todos os dias. Não quero que percas esse sorriso, nem aquele brilho nos olhos que estando na Guarda reconheço. Sei que um dia agarrarás nos meus pesadelos e me mostrarás que não passam de medos de sonhar demasiado alto.

Com saudades digo, amo-te mais palavras que um livro.

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